Um espaço para registro de informações, lembranças, experiências e impressões que tivemos e ainda temos sobre as nossas caminhadas. Um espaço vivo e inacabado onde são aceitas novas anotações, novos comentários e novas lembranças... Uma forma simples e legal de brindar a amizade e manter viva a memória e o espirito que nos leva a novas caminhadas.
Entre os dias 19 e 23 de outubro de 2016, eu e os amigos Arlindo, Diogo e Ivan, caminhamos cerca de 170 km pelas praias do litoral paranaense, adentrando ao estado de São Paulo também pelo litoral até a cidade de Iguape.
Passamos por praias de beleza indescritível, cruzamos rios, costões e morros. Vimos paisagens belíssimas e também cenas lamentáveis de agressão ao meio ambiente (praias com muito lixo entre a areia e a restinga, baleias e arraias gigantes mortas na praia por terem se prendido em redes de pesca). Fomos sempre bem recebidos quando parávamos para o descanso do final do dia, momentos em que desfrutávamos da humilde, bonita e muito amistosa cultura caiçara. Foi um tempo magnífico de partilha e também de muita reflexão. Fizemos e vivemos o caminho de Iguape pelas praias.
Agradeço a Deus pela saúde que nos concedeu para podermos viver momentos assim, pela família que dá o maior dos apoios, pela beleza natural que está ao nosso lado e pela amizade que temos e fortalecemos ao longo da caminhada. Que Deus abençoe a nós e nossos familiares e amigos, especialmente para que possamos viver muitos outros momentos como este. Valeu!
* Para os aventureiros de plantão a rota com especificação do tempo e distâncias do trecho percorrido a cada dia está disponível em meu perfil no strava (Luiz Michaliszyn).
Seguem imagens e relatos/comentários dessa caminhada: Primeiro dia: De Matinhos (PR) à Ilha do Superaguí (PR) - 19.10.2016
Saímos às 06h00 de Guaratuba. A Helen nos levou até Matinhos. Eu e o Arlindo iniciamos a caminhada por volta das 7h00 da manhã em Matinhos na praia de Caiobá, próxima ao SESC. Dia tranquilo, clima bom com sol entre nuvens e sem vento. Percorremos 41km até o antigo porto de embarque em Pontal do Paraná. Ao longo desse percurso fizemos algumas paradas para comer e descansar. Chegamos no antigo porto de embarque de Pontal por volta das 16h30. Paramos em uma lanchonete para descansar e esperar o Diogo e o Ivan que não puderam vir caminhando por terem que trabalhar nesse dia. Enquanto esperávamos descansamos e conversamos com moradores que vinham conversar e procuramos pelo Sr. Gerson, onde nos encontraríamos com o Osni que nos levaria até a ilha de Superagui. As 18h00 chegaram o Diogo e o Ivan. Com a equipe completa seguimos de barco até a ilha de Superagui - litoral norte do Paraná. O transporte de barco até a ilha já estava combinado com o Osni. Ele é parente da minha cunhada Sônia. Por meio dela conversei por telefone com o Osni e já deixei combinado o transporte de barco e também a estadia na em Superagui pois o pai dele, o Sr. Osvaldo, tem uma pousada lá. Levamos cerca de 40 minutos de barco para chegar na ilha. Durante o trajeto passamos bem perto da Ilha do Mel. O mar estava bom. Chegando na Ilha o Osni nos levou até a casa do pai dele, o Sr. Osvaldo que nos recebeu. Depois de instalados (nos quartos) e já tendo descansado um pouco, jantamos com o Sr. Osvaldo e a esposa dele. Fomos muito bem acolhidos. Um casal muito hospitaleiro. Jantamos e demos boas risadas conversando com o Sr. Osvaldo.
Seguem algumas imagens da caminhada, do caderno de anotações que, com o tempo, vou incorporando nesse texto, e o registro da atividade com mapa no aplicativo strava.
Arlindo e Luiz. Trecho caminhada de
Matinhos à Pontal do Paraná (PR).
Gaivotas. Trecho entre Matinhos e
Pontal do Paraná (PR).
Arlindo.Trecho entre Matinhos e Pontal do Paraná (PR).
Luiz, Diogo, Sr. Osvaldo e esposa. Jantar na pousada.
Ilha do Superagui (PR) - 19.10.2016
Segundo dia: De Ilha de Superaguí (PR) à Marujá na Ilha do Cardoso (SP) - 20.10.2016
Acordamos cedo e as 06h30 da manhã, após tomarmos café na casa do Sr. Osvaldo partimos da comunidade de Superagui com destino à comunidade Marujá na ilha do Cardos. O trecho, segundo havíamos visto nos mapas, seria de cerca de 20 km de caminhada pela praia até a barra do Ararapira e, depois de atravessar o rio (divisa de estado PR/SP), mais cerca de 20km de caminhada também pela praia até Marujá - Ilha do Cardoso / SP.
Saindo de Superagui pegamos uma trilha em meio a mata e seguimos até a Praia Deserta. O dia estava bom, sol, sem vento e boa visibilidade - o mar estava muito bonito, quase não tinham ondas. A caminhada começou bem animada, boa conversa com os amigos e uma paisagem muito bonita. A areia, a restinga, as ilhas no mar... O ar e o som da brisa e das ondas. Muito bom. Caminhamos em meio a boas e tranquilas conversas, brincadeiras, momentos de silêncio e bons pensamentos. Que energia magnífica.
Pousada do Sr. Osvaldo - Ilha Superagui (PR).
Saída com destino à comunidade Maruja - Ilha do Cardoso (SP).
Praia Deserta - Ilha Superagui (PR)
Praia Deserta - Ilha Superagui (PR)
Ossada de tartaruga - Praia Deserta - Ilha Superagui (PR)
Praia Deserta - Ilha Superagui (PR)
Praia Deserta - Ilha Superagui (PR)
Chegada Barra do Ararapira.
Divisa de Estados (Paraná e São Paulo)
Parada para descanso entre Barra do Ararapira e Maruja (SP).
Terceiro dia: De Marujá na Ilha do Cardoso (SP) até Cananéia (SP) - 21.10.2016
Na manhã do dia 21 saímos do vilarejo Maruja logo após o café da manhã. Já no caminho de acesso à praia começou a chover e tivemos que usar as capas de chuva. Percorremos um trecho de 29 km até chegarmos a praia de Cambriú. Durante o percurso atravessamos vários costões, alguns com trilhas mais fechadas e em outros mais abertas. A vita dos costões é sempre bonita e permitia avistar as praias, o mar e as ilhas próximas. As praias são desertas e muito bonitas. Encontramos uma ossada de baleia inteira e também nos impressionamos com algumas praias cheias de lixo trazido pelas marés. Impressiona ver como uma praia deserta, longe de comunidades ou vilarejos, sofre tanto com o descarte de plástico feito em locais distantes.
Chegando em Cabriú paramos para comer e fomos informado por um morador local, o Fábio, conhecido por Fabinho, que em razão das condições do mar não teríamos como atravessar o costão seguinte. A única forma seria chegar até Cananéia por barco. O próprio Fábio nos levou até Cananéia com seu barco. A ida de barco foi um pouco tensa pois o mar estava bem agitado e para entrar na barra de Cananéia passamos próximo de ondas muito grandes.
Chegamos em Cananéia no final da tarde, nos instalamos em uma pousada simples e bem agradável, andamos um pouco pela cidade (bem pitoresca), jantamos e fomos descansar.